12 propostas para transformar o futebol Brasileiro | Pluri Consultoria


12 propostas para transformar o futebol Brasileiro
Por Fernando Ferreira
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12 propostas para transformar o futebol Brasileiro

Amparados por anos de experiências com Análises, Estudos e Cenários, e mais de 300 relatórios e estudos sobre o Futebol, propomos:

12 medidas para TRANSFORMAR o futebol Brasileiro (ordem das propostas não indica grau de importância):

Incentivar (via, governo, CBF e clubes) a formação de profissionais e a implantação de estrutura física que permitam aumentar a formação de jogadores e desenvolver um padrão de preparação que resgate a essência da forma de jogo Brasileira. Além disso, é importante garantir aos que não sejam aproveitados o devido apoio sócio educacional. Esta medida permite ampliar a oferta de jogadores, melhorar o nível de qualificação e resgatar a identidade do jogo Brasileiro. A Seleção agradece.

Alterar o estatuto da CBF, aproximando-a dos clubes e atletas, e permitindo maior democratização do processo eletivo e decisório. E dentro dela criar comissões de Estudos e proposições permanentes, nos moldes da UEFA.

Gestão e eficiência: Apoio à criação de um Centro de Governança do Esporte, que implante um código de melhores práticas a ser seguido pelos clubes. A partir do cumprimento deste CMP, clubes teriam incentivos diretos a serem costurados com parceiros comerciais. É uma medida fundamental para aumentar a credibilidade institucional do futebol, e muito mais simples, eficiente e livre de influência política que a criação de uma “Agência de regulação do futebol”.

Profissionalizar a Gestão dos clubes: Alterar a legislação atual, que “pune” o clube que profissionaliza a gestão através de maior tributação. É preciso reduzir o papel dos dirigentes não remunerados, amadores e “apaixonados” que comandam os clubes, o enfraquecem por disputas insuportáveis de poder e mudam tudo a cada troca de mandato. No futebol profissional de alto rendimento não cabe mais a figura dos dirigentes “folclóricos”, é preciso obrigar as entidades a terem gestão completamente profissional. Também é bem-vindo o incentivo à criação de clubes empresa (80% dos TOP clubes mundiais são assim), que hoje tem desvantagens fiscais em relação às entidades sem fins lucrativos. Ou seja, premia-se a ineficiência.

Atrair Investimentos: Nosso futebol vive uma crise de investimentos, não há recursos disponíveis apesar de os clubes faturarem muito mais, já que grande parte destes recursos estão comprometidos com dívidas já assumidas, situação que a Lei de responsabilidade fiscal, não resolverá, apesar de atenuar. Retomar a capacidade de investir só é possível através de 3 situações: Geração de superávits (não existe), investimento público (não é função do Estado fazer isso) e investimento privado (essa é a saída). Em qualquer mercado, investidores buscam segurança e regras claras, portanto é necessário aperfeiçoar a regulamentação do investimento no futebol. Enquanto a Europa os clubes recebem rios de dinheiro de investimento, no Brasil ninguém investe pois não há garantias ou condições de segurança jurídica que atraiam o bom capital. E na falta do bom capital, os “picaretas” ocupam o espaço. Neste aspecto, também é importante regulamentar o mercado de agentes de futebol, criando regras mais claras de atuação, que excluam os maus profissionais e atraíam os mais éticos e bem preparados. Sem investimento, não vamos a lugar algum.

Implantar fair play financeiro que limite o prejuízo dos clubes (a última linha do balanço) e os forcem a viver dentro das suas capacidades de pagamento, com punições esportivas aos clubes e aos dirigentes que não as cumprirem. Só comprovar pagamento de salários e tributos não é suficiente, além de ser passível de “dribles”. Além disso, limitar o nível de endividamento também seria outra medida bem-vinda. Estas são as únicas maneiras de estancar o endividamento crescente, causa principal da falta de capacidade de investimento dos clubes.

Reformular o calendário: Anualizar o calendário do futebol, transformando o campeonato brasileiro em uma competição de ano inteiro, e os estaduais em divisões de acesso deste. É uma medida necessária para aumentar a rentabilidade dos clubes e gerar melhores condições de investimento no futebol. Também é preciso subsidiar (com recursos de direitos de tv, por exemplo) a criação de divisões inferiores que possibilitem que todos os cerca de 600 clubes profissionais tenham atividades anuais. Custa menos que se imagina e é fundamental tanto para aumentar a oferta de formação de jogadores, quanto para democratizar a prática do futebol pelo país.

Foco em estádios cheios: O parque de estádios brasileiros foi reformado, e hoje é um dos melhores do mundo, o que é condição básica mas não determinante para a volta dos torcedores. Violência, preços dos ingressos, qualidade dos jogos são alguns dos itens a serem abordados. Estádios cheios valorizam o espetáculo como um todo, atraindo interesse de parceiros comerciais (investidores, patrocinadores, etc), dos torcedores e dos próprios jogadores. Nada desvaloriza mais um espetáculo do que a falta de público.

Foco no Sócio Torcedor: É um dos mais desejáveis tipos de receita que os clubes podem ter, pois permite um melhor planejamento financeiro. No mundo inteiro, os planos de sócio torcedor estão por trás dos bem sucedidos casos de competições com estádios cheios e de clubes com maior solidez financeira;

Regras para a distribuição de recursos: Implantar fórmula objetiva e transparente de distribuição de recursos dos direitos da TV, que incluam maior nível de
meritocracia e reduzam as diferenças entre o que os clubes recebem. Desejável bonificar clubes que atinjam objetivos estratégicos para o futebol como um todo, como encher seus estádios, por exemplo. Esta medida fortalece os clubes, aumenta a competitividade e atrai os torcedores.

Fomentar negócios: Criar câmaras de comércio ou associações de clubes (para não usar o temido nome LIGA) que façam a gestão dos campeonatos e negociem acordos comerciais em bloco, gerando ganhos substanciais aos clubes. Qualquer coisa no formato “Clube dos 13” é insuficiente, pois apenas muda o poder político de uma mão para outra. É preciso que a gestão seja “profissional” e sem influências políticas

Implantar planejamento estratégico para o futebol, com objetivos claros, ferramentas e métricas adequadas de avaliação e permanente implantação das medidas corretivas necessárias ao longo do tempo. Necessário para sabermos onde estamos, para onde queremos ir, que ferramentas temos à disposição, e quais serão os desafios enfrentados. É fundamental, como ponto de partida de um trabalho sério e qualificado.