Violência e ingressos caros são maiores motivos de público baixo em estádios, diz estudo | Pluri Consultoria


Violência e ingressos caros são maiores motivos de público baixo em estádios, diz estudo
FacebookTwitter

Violência e ingressos caros são maiores motivos de público baixo em 
estádios, diz estudoPor ESPN.com.br
Compartilhar73  Comentários

Divulgação / Vasco
Engenhão: marcado pelo baixo público, e agora interditado
Engenhão: marcado pelo baixo público, e agora interditado

Violência, ingressos caros, baixa qualidade das arenas e jogos pouco importantes estão entre os 17 motivos que afastam os torcedores brasileiros dos estádios, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira pela Pluri Consultoria. 

O relatório é parte de um estudo sobre a razão de os estádios brasileiros terem público tão baixo – média de 4,6 mil torcedores por partida, segundo a consultoria. Os “17 motivos para não ir aos estádios” estão divididos em 8 fatores de alto impacto e 9 fatores de médio e baixo impacto. 

Os fatores de alto impacto, segundo o relatório, são a violência, o preço dos ingressos, a baixa qualidade dos estádios, a oferta de jogos em pay-per-view, a existência de outras opções de entretenimento, além da pouca importância das partidas, de adversários de baixa tradição ou qualidade e da má fase eventual das equipes. 

Entre os fatores de médio e pequeno impacto, o relatório lista os horários dos jogos, a dificuldade na compra de ingressos, o acesso ruim a estádios, e as ofertas ruins de meios de transporte, estacionamento, alimentação e serviços, além de fatores climáticos e do excesso de partidas transmitidas pela TV. 

De acordo com o relatório da Pluri Consultoria, muitos dos problemas estão por trás de “um pressuposto equivocado cultivado por anos dentro dos clubes, de que a paixão pelo futebol faz com que o torcedor aceite qualquer desaforo para ver de perto o seu time do coração”. 

Veja, abaixo, os principais pontos do relatório da Pluri Consultoria:

Violência – A cada problema de segurança dentro ou fora dos estádios, piora um pouco mais a imagem do futebol como alternativa de entretenimento. E nesse cenário é justamente a família, o melhor perfil de público-alvo, a que mais se afasta;

Preço dos ingressos – Nos últimos anos o preço dos ingressos disparou no Brasil, enquanto a qualidade do produto entregue ao torcedor (cliente) permaneceu muito ruim. E com o aumento da oferta (maior número de jogos) decorrente de um calendário ruim, a situação se agrava. Existe uma correlação direta (beta) entre o aumento dos preços e a queda do público médio nos estádios mas, paradoxalmente, quanto mais vazio fica o estádio, mais o preço do ingresso sobe. É uma estranha forma que o futebol brasileiro encontrou de revogar a lei da oferta e procura;

Qualidade dos estádios – A nova geração de estádios mudará o nosso cenário em termos de equipamentos. Porém, considerando as arenas inauguradas recentemente, continuamos com o mesmo padrão de serviços de sempre; 

Oferta de pay per view – Não há como negar que a possibilidade de assistir a vários jogos com conforto, comodidade e segurança, próximo aos amigos e à família são vantagens que o pay-per-view oferece em relação à ida ao estádio, principalmente a um custo próximo a R$ 70/mês. Porém, não podemos esquecer que a TV paga aos clubes por este direito de transmissão, cabendo a eles calcular se o que recebem por isso compensa a perda de receita resultante da fuga do torcedor; 

Outras opções de entretenimento (cinemas, teatro, bares, praia, etc) – No passado, ir ao jogo de futebol era uma das poucas alternativas de diversão para boa parte da população, um dos motivos a explicar os grandes públicos de décadas atrás. Hoje o futebol está sob ataque claro de diversas outras formas de entretenimento, geridas de forma muito mais profissional e orientadas a oferecer ao cliente o máximo possível como experiência de lazer. E na medida em que o preço do ingresso aumenta, o futebol disputa justamente o público que mais tem opções de entretenimento para consumir; 

Pouca importância dos jogos – Com competições extensas e pouco atraentes (estaduais) a maior parte dos jogos tem pouca importância, concentrando a atenção dos torcedores dos principais times (os que tem mais torcida) apenas nos jogos decisivos; 

Baixa qualidade / tradição do adversário – Com campeonatos que misturam equipes profissionais com semi-profissionais (estaduais), os torcedores escolhem ir apenas aos jogos de qualidade menos ruim; 

Nível de competitividade do time local / má posição na tabela – Fase ruim, estádio vazio. Essa é uma máxima para a maior parte dos Clubes, provando que a ida ao jogo de futebol não é vista pelo torcedor como uma experiência plena de entretenimento. Nesse ponto, nada melhor do que se espelhar nos esportes americanos.