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Dias atrás a área econômica da Pluri divulgou um
extenso relatório sobre o PIB mundial, mostrando as transformações da economia
nos últimos 10 anos, com ascenção da China rumo ao topo econômico do planeta, a
queda dos EUA, e como o Brasil se insere neste cenário. Como coordenador, tanto
daquele trabalho como deste, não pude deixar de me questionar: Seria o Brasil a
China do futebol mundial? Estaríamos nos candidatando a, no médio prazo,
passarmos de um simples exportador de talentos para um centro do futebol
mundial, para um centro receptor, com um campeonato de clubes ao nível do
espanhol ou inglês? Será uma mudança e tanto, visto que sempre nos acostumamos
com a hipótese de sermos uma fonte de grandes jogadores, mas com times e
campeonatos menos relevantes. Virou
rotina nossos jogadores serem vendidos ao exterior a preços baixíssimos e, uma
vez na Europa, passarem a ser alvos de transações milionárias.

Ao
fazer uma radiografia profunda do valor dos jogadores, times e campeonatos dos
60 principais mercados do futebol mundial, este 1º Painel Pluri do Futebol
mundial mostra que ainda estamos num estágio intermediário de desenvolvimento
da relevância de nossos clubes e campeonatos, mas permite antever um cenário
bastante promissor à frente.

O
futebol não anda dissociado da economia, portanto mercados atualmente ainda
fortes perderão importância gradativamente nos próximos anos, vide o caso da
Itália. E um país como o Brasil, 6ª economia mundial, terá a feliz combinação
de naturalmente revelar jogadores, aliado ao poder econômico para manter nossos
atletas e atrair craques internacionais.

A permanência recente de Neymar no Santos deve ser encarada
com otimismo e cautela. Otimismo porque pela primeira vez estamos conseguindo
resistir à pressão de grandes clubes europeus. Cautela porque essa resistência
só está sendo possível por se tratar de um excepcional jogador, cujo risco de
se abrir mão de uma excelente oferta é pequeno. Não se consegue mobilizar patrocinadores
e montar toda uma estrutura de viabilidade financeira para qualquer jogador.

Portanto,
temos um longo caminho a percorrer, mas a combinação de crescimento econômico,
gestão profissional e melhoria do marco regulatório do futebol permitirá que,
no futuro, jogadores de ponta do futebol mundial tenham o mercado brasileiro
como possibilidade concreta de atuação. Nesse cenário chegaremos num estágio em
que veremos times brasileiros contando com jogadores como Wayne Rooney e
Iniesta ao lado de Neymar e Kaká.  

E viajaremos pela Europa vendo meninos vestindo
camisas de times brasileiros. Parece otimismo exagerado? Acho que não, aposto
que esse é o futuro.

 

Fernando Ferreira – fernando@pluriconsultoria.com.br – twitter: @pluriconsult  
@fernandopluri