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O
ranking dos 25 times mais valiosos do país mostrou um aumento da concentração
nos 6 primeiros colocados, cuja participação no total subiu de 44% em 2010 para
quase 50%  em 2011. É um dado que vai de
encontro à expectativa reinante, de aumento do poder de fogo dos maiores times
brasileiros em função da mudança recente no nosso cenário futebolístico. É
verdade que o aumento de receitas será quase
generalizado (em especial com os direitos de transmissão), mas também é fato
que a repartição do bolo está mais assimétrica, privilegiando aqueles que mais
torcida tem. Na mesma linha dos direitos televisivos, também há tendência de
concentração das demais receitas com publicidade e marketing.

Porém,
há fatores atuando contra a concentração excessiva. Flamengo e Corinthians, as
duas maiores torcidas do país, tem a preferência de cerca de 30% dos torcedores
brasileiros, menos da metade dos mais de 60% de Espanhóis que torcem por Real
Madri e Barcelona, ou dos Argentinos que preferem Boca e River, para ficar em apenas
dois exemplos. Além disso, as características continentais do Brasil, o tamanho
de sua população e economia e sua diversidade cultural
também tendem a atuar contra a concentração. 

Está
claro que a tendência do passado de se considerar 12 times (ou mais) como
“grandes” tende a desaparecer com o passar dos anos (não será no curto prazo).
Mas não creio que teremos por aqui uma “espanholização” do futebol, com poder
muito concentrado entre os 2 maiores
clubes. É razoável trabalhar com um
número entre 4 a
6 “superclubes”, a futura nova elite do futebol brasileiro. E quem seriam
eles? Bom, no Brasil há enorme assimetria entre a qualidade com que os clubes
são dirigidos, e essa diferença se tornará cada vez mais visível na medida em
que os recursos entrem com mais força no caixa. Ou seja, alguns vão tratar seus
recursos melhor que outros, e isso independerá do tamanho da torcida. O fiel da balança será a capacidade de
gestão.  

Fernando Ferreira – fernando@pluriconsultoria.com.br – twitter:
@pluriconsult