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Calma, torcedor, ninguém aqui está propondo que você pegue seu rico
e suado dinheirinho para bancar as dívidas de seu clube de coração. Por mais
que para muitos a tentação seja grande, dado o amor pelo time, não custa
lembrar que em muitos casos essa dívida surgiu por motivos menos nobres.

Bom, discussões de boteco à parte (e sei que elas serão muitas), o
objetivo deste PLURI Especial é colocar na proporção adequada o endividamento
dos clubes. De nada adianta olharmos apenas para a dívida do clube se não
olharmos para a fonte que gera recursos para pagar essa dívida. E essa fonte é
o torcedor. Imagine dois clubes com dívidas de R$ 200 milhões, mas um deles com
1 milhão de torcedores e o outro com 10 milhões de torcedores. É claro que os
dois terão capacidade de pagamento diferentes, dado o potencial de arrecadação
do segundo clube ser muito maior do que o primeiro. Mas se você me disser que
um clube com 1 milhão de torcedores tem receitas semelhantes a um com 10
milhões, eu lhe digo que certamente há (ou houve) um problema de gestão nesse
último.

No futebol profissional de alto rendimento e competitivo, os
torcedores proporcionam receitas por vários canais, desde as receitas de venda
de camisa até o direitos de transmissão, passando por patrocínios em uniforme, licenciamento,
royalties diversos, público nos estádios, etc. Até mesmo a receita com a venda
de jogadores é influenciada pelo número de torcedores, dado que equipes mais
populares também tendem a ser mais atraentes para os jogadores. É verdade
também que a capacidade e a propensão a consumir também varia de acordo com a
torcida. Na PLURI estamos preparando para 2012, a elaboração de uma
pesquisa que permita estratificar melhor o universo do torcedor de acordo com
sua capacidade e intenção de consumo. Até lá podemos dizer, de modo geral, que o
tamanho da torcida já nos dá uma boa noção da capacidade de arrecadação do
clube.

É fato que vários
clubes brasileiros possuem dívidas elevadas em relação às suas receitas, mas
creio que o problema maior seja a baixa capacidade de gerar receitas junto ao
seu público, prova de ineficiência em sua gestão comercial e de marketing.
Melhorando a performance neste aspecto, veremos que na maioria dos casos os níveis
de endividamento são plenamente administráveis.

Olhar a dívida de acordo com o número de torcedores traz uma nova
perspectiva sobre a questão. Clubes com dívidas totais elevadas podem não
parecer em situação tão ruim quando comparados com a capacidade de seu mercado
consumidor. Outros terão que ser muito mais eficientes na capacidade de
arrecadação de recursos junto a seu público alvo. Mas de nada adianta ter
grande torcida e não gerir os recursos eficientemente, afinal o bolso do
torcedor tem limites.
Acesse aqui o relatório: http://www.pluriconsultoria.com.br/relatorio.php?segmento=sport&id=23           

 

Fernando Pinto Ferreira – fernando@pluriconsultoria.com.br
– twitter: @pluriconsult   @fernandopluri