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A fábrica de jogadores
brasileiros continua em plena atividade. No Brasileirão 2011, os 20 jogadores
que mais se valorizaram tiveram elevação média de 47% em seu valor de mercado,
o equivalente a € 62,6 milhões, ou R$ 153 milhões. Correspondeu a quase 90% da
valorização verificada em todos 25 times que mais se valorizaram.

Discussões técnicas à parte, o
fato é que neste campeonato algumas revelações (desconhecidas do público no início
do ano), chegaram a se valorizar em torno de 1000%, casos de Bruno Cortês, do
Botafogo (+900%) e Wellington Nen, a maior revelação do campeonato, atuando
pelo Figueirense, com valorização de 1900%. Outros já eram jogadores reconhecidos
como Neymar, Leandro Damião, Oscar e Lucas, e por ter valores já elevados no
início do campeonato, valorizaram muito em termos nominais (R$), mas pouco em termos
proporcionais (%).

Este ano, porém, a alta média
foi maior do que a verificada anos anteriores, e isso não tem necessariamente relação
com as façanhas dos jogadores dentro de campo. O que está ocorrendo é que a
cotação dos jogadores brasileiros está subindo no mercado internacional, e isso
não é pontual, é uma tendência.

A velha estratégia de clubes europeus de comprar jogador brasileiro
barato, e revender depois por valores bem mais altos dentro da própria Europa,
está encontrando resistência devido à melhora no cenário dos clubes
brasileiros. Nos anos recentes era comum
ver boas revelações saírem do país ao final do brasileiro pelos famosos 1 a 2 milhões de Euros. Sempre
é bom lembrar os casos clássicos de Deco, David Luiz, Hulk, Pepe, etc.

Ainda se vende barato por aqui,
mas o jogo está mudando. Alguns clubes já adotam uma postura mais dura na negociação
de seus jogadores nos anos recentes (São Paulo, Internacional e Santos são bons
exemplos), mas agora se percebe que outros tem seguido a mesma prática. É claro
que a disposição por barganhar embute o risco de o interessado desistir, por
essa razão muitos clubes brasileiros optam por se desfazer rapidamente do
atleta logo que surgem as primeiras ofertas, como forma de garantir os
recursos. Afinal, também há o risco de o jogador não corresponder no futuro.
Além disso, na maioria das vezes existe a pressão dos agentes e detentores dos
direitos dos jogadores por concretizar o negócio o mais rápido possível.

Em resumo, caímos sempre no mesmo ponto: Quem tem melhor gestão
também tem melhor poder de barganha, controla melhor a ansiedade, e vende seus
jogadores, se for necessário, por um preço mais alto.

Fernando Ferreira – fernando@pluriconsultoria.com.br
– twitter: @pluriconsult   @fernandopluri